domingo, 5 de setembro de 2010

Vem Aí Mais Um ”Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro”. Socorro! (Um grande prazer ou um mal-estar necessário?)













Vem Aí Mais Um ”Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro”. Socorro! (Um grande prazer ou um mal-estar necessário?)

Para início de Post vamos deixar bem claro: prefiro um milhão de vezes que o Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro se dê nos moldes do que vem sendo feito nos últimos anos do que se ele não existisse. Feita esta ressalva essencial, vamos elencar alguns pontos para discussão.

1-A cidade do Rio de Janeiro, assim como acontece com Brasília, Gramado, Paulínea, Recife, dentre outras, merece ter um grande Festival de Cinema Brasileiro que deve ser respirado, acompanhado por vários dias, com filmes em competição, hours concours, mostras especiais, etc, com o público assistindo a maioria dos filmes, participando de debates, votando para as premiações populares, acompanhando os resultados das decisões dos júris oficiais dos diferentes formatos, confrontando-os com suas visões próprias, vibrando ou então se decepcionando. E se for o caso até vaiar, mas até certo limite, de forma a não alcançar o desrespeito total como aconteceu com Sérgio Ricardo, o que nos é mostrado no documentário “Uma Noite em 67”.

Ilda Santiago uma das cabeças por trás do Festival do Rio pode argumentar: “mas isto já acontece com a Première Brasil, inserida no Festival”. Não. Não acontece. A esmagadora maioria dos cinéfilos que conheço vê, se tanto, um ou outro filme nacional no festival. Eles privilegiam os filmes estrangeiros com a ideia de que os nacionais por estarem mais próximos de nós um dia têm chance de serem exibidos. Já com vários filmes estrangeiros isto é muito mais difícil e improvável. O que acontece, entretanto, na prática é que muitos filmes da Première Brasil ou acabam demorando muito pra estrear, o que apaga um pouco nosso fogo interior de querer assisti-los ou então (a maioria) acabam não sendo exibidos no circuito comercial e muitas vezes nem em DVDs são lançados. As exceções existem, mas daqueles tipos que confirmam a regra.

A saída para tal impasse: vamos fazer a Première Brasil com atribuição do troféu Redentor, de uma forma exclusiva, com os filmes sendo exibidos numa sede e em vários cinemas da cidade, em uma época LONGE do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. Neste último, nada impede que também se exiba filmes brasileiros, repetindo alguns do Festival Brasileiro e outros ainda inéditos. Da forma como está sendo feito, a Première acaba se tornando uma mostra para os “happy few”, uma legião de convidados próximos aos cineastas e produtores, certo público anônimo interessado, mas longe de representar a enorme parcela de público que esta Mostra teria se feita em outra época. Um prêmio do público nesta Mostra do que jeito que anda sendo feita, é influenciado pela capacidade dos produtores e cineastas envolvidos de arregimentarem seu próprio público. Assim distorções podem acontecer. Se em Gramado, um festival exclusivo, já acontecia isto (o que na gestão José Carlos Avellar procurou-se corrigir), o que diremos da Mostra Première Brasil exibida em meio a um turbilhão de filmes na cidade e a uma grande quantidade de opções, com gente paralisada muitas vezes sem saber para onde ir, principalmente quando o que estava programado fura.

2- Cresce cada vez mais a produção dos filmes com temática GLBT no planeta, sendo que até Cannes, a exemplo do Festival de Berlim que tem o Teddy Bear para o melhor filme com esta temática, criou um prêmio para esta “categoria”, ressalvadas todas as discussões teóricas que se pode ter sobre se existem simplesmente filmes ou se existem filmes com temática GLBT.

Assim comparecer à meia noite no Botafogo 1, depois de um dia cansado de ver vários filmes ou de trabalho, para ver uma obra da Mostra Mundo Gay deveria ser um prazer certo. Não é o que acontece. Muitas vezes acabo me deparando com filmes amadores, mal filmados, que realmente tem a ousadia de abordar a homossexualidade de forma desabrida, mas esta é uma condição necessária, mas não suficiente para se ter uma Mostra Mundo Gay satisfatória. O que sinto é que falta uma boa curadoria para esta mostra. A impressão que dá é que caiu na rede GLBT já é considerado um peixe que degustaremos com prazer, o que não acontece. Muitas vezes saí de madrugada, mais cansado ainda, tendo a sensação de tempo perdido. A Mostra Mundo Gay, segundo amigo meu é uma cilada! Eu não chegaria a tanto, mas que muitas vezes se mostra uma cilada, isto sim. Filmes excepcionais como “O Segredo de Brokeback Mountain” acabam sendo exibidos na Mostra Panorama.

Resumo: curadoria já para esta mostra, com alguém que saiba que arte não se faz só de boas intenções e de impulsos politicamente corretos. Tem que ter qualidade enquanto linguagem cinematográfica também.

3- Segundo O Globo de 4 de setembro de 2010, numa matéria de Rodrigo Fonseca, o festival que começa dia 23 de setembro terá por volta de trezentos filmes. Menos mal: tem anos que tem mais de 400 filmes. Mas mesmo assim, eu considero trezentos filmes muita coisa. Algo paquidérmico que se torna mais difícil de ser administrado em suas várias fases: liberação na alfândega, legendagem eletrônica, alocação de sessões em vários cinemas, transporte, etc.

Um festival com uns duzentos filmes já estaria de muito bom tamanho. Assim todas as atividades em jogo poderiam ser feitas com mais eficiência. Não haveria tantos filmes por programar ou cancelados, tanto corre-corre em vários níveis. As famigeradas legendas eletrônicas poderiam então ser bem melhor trabalhadas. Na magnífica Mostra Yasujiro Ozu no CCBB este ano constatei o que sempre me desgostou nestas legendas bem abaixo da tela, de forma que nos prejudica a visão do filme. Estando os filmes de Ozu também legendados em inglês acompanhei estas legendas, procurando por uma ou outra palavra desconhecida nas legendas eletrônicas em português mais abaixo. Assim como em muitos filmes do Festival do Rio as eletrônicas atrasam, adiantam-se, ficam em branco por certo tempo, não correspondem bem ao que realmente está sendo dito, etc. Acredito eu, com menos filmes, estas legendas podem ser mais bem feitas e projetadas, ou estarei enganado e este é um problema sem solução?

Um caminho natural para o amante do cinema seria deixar os filmes legendados em português (sem “eletronização”) para depois do Festival, pois estes, se estão nestas condições, alguns até com cartazes em português expostos, assim como os já sabidamente comprados pelas distribuidoras, serão certamente exibidos. Ledo e fatal engano. Pois pode acontecer tudo (aliás, já aconteceu!). A insegurança grassa. Filmes comprados não foram exibidos nos cinemas, foram diretos para o DVD meses depois do Festival ou às vezes nem isto. Estar comprado não é nenhuma garantia de ser exibido nos cinemas nos alertam mais de um crítico cinematográfico. Filmes também podem levar meses (ou mais de um ano) depois do Festival para ser exibido. Assim o que poderia ser um grande prazer para nós torna-se uma grande paranóia: “vamos correndo ver este filme porque pode ser que nunca mais....”. A alternativa que resta será a problemática “pirataria” doméstica, um problema ainda a ser muito discutido para quem se interessa pelo futuro do cinema na sala grande, fora de casa.

O caso mais escandaloso ocorreu com “Intimidade” (Inglaterra/França/2000) de Patrice Chéreau, um grande cineasta que já nos tinha dado, dentre outros, “A Rainha Margot” ( pra mim, de longe, um dos grandes filmes sobre a monarquia no Cinema, deixando “no chinelo” filmes complacentes como “A Rainha” de Frears ou o recente “A Jovem Rainha Vitória”). Pois bem: “Intimidade” ganhou o Urso de Ouro em Berlim, foi a maior bilheteria quando exibido no Festival do Rio anos atrás (eu, idiota, deixei para vê-lo depois), foi anunciado como uma das estréias do mês pela revista Bravo! com crítica de Nelson Hoineff . No entanto, NUNCA ESTREOU! Nem lançado em DVD foi até que a Lume este ano, resolveu fazê-lo. Acabei vendo o filme em 2006 através de um DVD que comprei em Madri. Aqui temos um filme que certamente daria grande bilheteria pois além de ser um grande filme tem o apelo irresistível de ter cenas de sexo explícito. Ou será que a burrice é tão grande que mesmo com a quebra de tabu feita por Naguisa Oshima em “O Império dos Sentidos” ainda haja medo que obras assim afastem público?

Alguns me dizem que não sei como trabalham as distribuidoras junto com os exibidores. Ora se trabalham errado que passem a discutir mais em reuniões&trocas de emails, como trabalhar de uma forma mais consequente, pois até mesmo sob o ponto de vista capitalista de quem quer só lucrar (o que não deve/deveria acontecer), muitos erros são cometidos. As distribuidoras que passem a trabalhar com profissionais que não sejam burocratas da cultura, mas que tenham cultura cinematográfica. Vamos ampliar o mercado de trabalho dos que estudam cinema no país. O mesmo pode ser dito aos exibidores.

Outro caso absurdo foi a demora em se exibir “Prova de Morte” de Quentin Tarantino ( neste caso eu não bobeei e assisti no Festival, revendo depois): levaram anos para exibir o filme, arrefecendo o seu impacto. O argumento utilizado é que “Planeta Terror”, com o qual fazia parte no projeto Grindhouse, foi fracasso de bilheteria. Ora, embora eu tenha gostado bastante também deste e principalmente de “Sin City-Cidade do Pecado”, dá para comparar o prestígio junto ao público de Tarantino com o de Robert Rodriguez?

Vi o maravilhoso “Desejo e Perigo” de Ang Lee numa quinta-feira à meia noite no Odeon Br, nos últimos vestígios de um Festival de anos atrás, com as retinas fatigadas, quase fechando, o corpo cansado ( era a única exibição). No entanto, este grande filme que ganhou o Leão de Ouro em Veneza, também tendo o “apelo” do sexo explícito, levou meses e mais meses para estrear. Será que tem alguma freira no caminho entre distribuidores&exibidores e cinéfilos?

Em resumo o mercado exibidor brasileiro para o cinema mais empenhado artisticamente, com algumas exceções, obedece a uma lógica de variáveis aleatórias. Filmes premiados em Berlim, Veneza, Cannes (o extraordinário “Rosetta”dos Irmãos Dardenne , Palma de Ouro em Cannes nunca foi e pelo jeito nunca será exibido comercialmente: para vê-lo pedi a um colega uma cópia “pirata” doméstica) podem não são ser exibidos nunca ou quando o são, já está sendo feito com muito atraso, quando já estamos acompanhando pelos jornais, com a boca salivando, os filmes novos destes mesmos festivais em outro ano. Se isto acontece com filmes premiados imaginem com os outros...

Atualmente está sendo exibido “Um Doce Olhar” de Semih Kaplanoglu.Um belíssimo filme que ganhou o Urso de Ouro em Berlim em 2010. Quando o assisti no Botafogo 1, o público era escasso. Agora já está na sala três do Botafogo. Será que não faltou mais ousadia na exibição, ignorando-se que se trata de uma trilogia “Ovo”, ”Leite” e “Mel” (o título original de “Um Doce Olhar”)? Por que não comprar e exibir os três? É algo tão difícil assim? Por que acabaram com as revistas de cinema que o próprio Grupo Estação fazia para (in)formar seu público, a exemplo do que continua fazendo com sucesso o circuito MK2 de Paris, com farta distribuição gratuita?

Um dos grandes prazeres do festival seria rever todos os amigos cinéfilos. Eu escrevi seria porque na prática, o que já ocorre de certa forma durante o ano, radicaliza-se no Festival. Em geral as conversas são rápidas, rasteiras, superficiais. Estão todos doidos para pegar a próxima sessão, pois “se eu perder este filme agora....”.

Conheço pessoas que assistem a mais de cem filmes no Festival do Rio e ainda duas semanas depois vão para a Mostra de São Paulo ver mais cem que não passaram aqui....Quando um filme que já viram estréia, como a obra-prima “Vincere” de Marco Bellocchio eu pergunto: “Você não vai assistir?” Não. Não vão, porque argumentam que já o viram. Mas será que viram mesmo? Que me desculpem a sinceridade, mas quem diz que viu mais de cem filmes em 15 dias, não viu. Simplesmente passou/passeou os olhos diante de telas grandes que estavam exibindo filmes. Cinema, como toda grande arte exige paciência e tempo para reflexão, para se sedimentar e assim termos uma visão mais forte e profícua da obra. Por exemplo, depois de vermos “As Invasões Bárbaras” de Dennis Arcand, “Mar Adentro” de Alejandro Amenábar, “Last Days” de Gus Van Sant, para ficarmos só em três exemplos, dá para colar logo em seguida outras imagens em cima de nossas retinas? Ou não seria melhor um bom passeio para (re) pensar a sociedade em que vivemos, em como viver a vida?

Eu mesmo dou exemplos de ver filmes no Festival que foram atos contraproducentes e enganadores. Vi “O Escafandro e a Borboleta” de Julian Schnabel quando já estava muito cansado já na segunda semana de festival e reparem que meu marco maior são uns 45 filmes em quinze dias (o que também é um exagero; um prato de doce pode ser uma delícia, mas uma travessa toda...). Resultado: não me entusiasmei tanto com o filme. Considerei-o simplesmente bom, com boa vontade. Ora, revisto depois do Festival quando estreou (alvíssaras!....), eu estava com as retinas e mente descansada. Assim aderi integralmente à proposta de um filme com grande parte em câmera subjetiva, em que vemos o mundo que um homem vê, com o corpo todo paralisado, só enxergando de um olho. Um filmaço! Ainda bem que tenho o hábito de conferir muitos filmes vistos na roda-viva do festival quando estreiam. Outro caso foi “Flores Partidas” de Jim Jarmursh que cresceu muito quando o revi. Captei melhor as grandes sutilezas que ali estão.

Quando vi “Lady Chatterly” de Pascale Ferran no Festival, um filme de três horas também com grandes sutilezas, não me dei conta da grandeza que o filme tem, só percebida quando o vi, calmo, sem o burburinho, o frisson de filmes vistos em cascatas.

Num festival anterior ao do Grupo Estação vi “O Amigo Americano” de Wim Wenders em meio a uma enxurrada de filmes. Nunca mais consegui vê-lo. A única coisa de que me lembro é de Dennis Hooper num trem (ou seria metrô?). Moral da história: não posso dizer que já assisti este filme! Seria falso da minha parte.

Ao escrever sobre filmes muitas vezes me deparo com dúvidas cruciais que são detalhes importantes dos filmes e sabemos que o diabo mora nos detalhes. Pois pergunto então aos cinéfilos conhecidos que ultrapassam os cem filmes e eles me dizem que não se lembram. Teriam de rever o filme. O que não fizeram porque acreditavam que já o tinham visto no Festival ou na Mostra de São Paulo...

Um filme exibido num festival de cinema é só um filme exibido num festival de cinema. Muitas vezes lemos artigos, críticas e ensaios que fazem referência a exibições em festivais como se tal fato tivesse se sedimentado na cultura brasileira, assim como um ótimo livro traduzido e discutido. Ora, isto não procede. Só quando temos um filme exibido comercialmente por pelo menos três semanas (ou algo em torno disso ou ainda a se discutir) pode-se dizer que houve alguma sedimentação e a obra em questão passa a fazer parte também da nossa cultura como o propriamente produzido aqui. Exemplificando de uma forma mais radical: um filme extraordinário como “Mephisto” de István Szabó exibido durante meses no Rio de Janeiro é um acontecimento muito mais importante que qualquer festival para um público “happy few”. Podemos dizer certamente que “Mephisto” deixou grandes rastros na cultura brasileira. Com relação aos filmes exibidos em sessões que a rigor são elitistas, não se pode dizer que tenham esse alcance. Claro que tem sua importância. Mas o exposto deveria ser mais levado em conta, relativizado. Há muito texto sobre cinema no Brasil que é coisa de iniciados para não dizer, igrejinhas.

Em suma, colar filmes atrás de filmes, pelo menos pra mim, pode às vezes ser mais uma violentação do que um genuíno prazer. Até mesmo num festival Robert Altman no CCBB onde vi dois filmes por dia, civilizadamente, chegou um momento que começou a se instalar um tédio e eu que adoro Altman, passei a vê-lo com certo cansaço.

Mas os exibidores podem dizer: “que responsabilidade temos nós com as loucuras cinéfilas”? Ora são como “traficantes” que fornecem “drogas” para os “viciados”! Um festival mais humanizado, com menos filmes e mais qualidades em vários planos, mais exibições de um mesmo filme, sem induzir os cinéfilos a maratonas e corre-corre neuróticos, seria um bom antídoto. Ou não? Os cinéfilos querem se “drogar” mesmo? São incorrigíveis? Ou será que o Festival pode/quer se transformar em um grande factóide mercadológico segmentado?

Controlando meus vícios o Festival do Rio pode ser um grande prazer. Mas tenho que estar bastante atento para não cair nas malhas das “más companhias”: aqueles “drogaditos” que insistem que você não pode perder tal e tal filme porque....

Depois que acaba o Festival de Cinema do Rio de Janeiro é desolador ver a paisagem cinematográfica anterior tão restrita, agora reinstaurada, com um ou outro filme do Festival estreando. Quantos filmes malvistos, quantos filmes não vistos, quantos filmes que queríamos rever e nada: lá estará “O Segredo dos Seus Olhos”, um belo filme por sinal, continuando a fazer caixa...

4- O Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro amplia na vida normal o tamanho do público por filmes mais instigantes? Ele planta sementes? Espero que sim. Mas acontecem certos fenômenos curiosos. Quando o excelente “O Segredo de Vera Drake” foi exibido na primeira vez no Festival, a fila do Odeon Br serpenteava em vários caracóis. Uma loucura! Quando o filme foi exibido comercialmente logo foi para a sala 3 do Espaço de Cinema, que foi onde revi o filme e gostei mais ainda...

Apichatpong "Joe" Weerasethakul, até as pedrinhas portuguesas do Rio de Janeiro sabem, é considerado, antes mesmo de ser premiado em Cannes/2010, “o maior poeta do áudio-visual contemporâneo”. No entanto nada do que fez até agora foi exibido comercialmente no Brasil! Não é um absurdo? Por que este absurdo acontece? Exibidores ou distribuidores desinteressados, ou os dois? Mais um caso aqui de dar mais emprego à moçada que estuda cinema do que a burocratas.

E por falar em Apichatpong, seu filme “Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives”, Palma de Ouro deste ano conforme já mencionado, não vai ser exibido no Festival do Rio porque Leon Kakoff quer exclusividade para a Mostra de São Paulo ( matéria de Rodrigo Fonseca de O Globo já citada). Isto já aconteceu com outros filmes em outros anos. Ora, será que já não é hora de tentar dar um basta nisto? Por que os organizadores do Festival do Rio, junto à Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro não publicam uma carta aberta nos jornais do Rio e São Paulo com o seguinte teor:

Sr Leon,

Mais uma vez o senhor prende filme para exibição exclusiva em sua Mostra em São Paulo prejudicando os amantes do cinema do Rio de Janeiro. A maior parte das pessoas que vêem filmes aqui, não vão para São Paulo (se fossem também não mudaria muito a história). O fato é que os cariocas não podem ser prejudicados se o seu amor ao ego, ao poder, aos holofotes é muito maior do que o amor ao cinema, que deveria vir em primeiro plano. Assim não nos prive do privilégio de termos em nosso festival filmes como “Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives”. Libere-o já para exibição aqui e nos mostre que estamos enganados em relação ao seu caráter. Se esta não é uma questão de caráter e sim de direito adquirido, por favor, explique-se com o povo carioca. Por nosso lado, acreditamos que questões culturais, ainda mais se tratando de alguém que durante anos exerceu o ofício de crítico cinematográfico, devem ser superiores a questões mercadológicas.

Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2010

Atenciosamente,

Fulano de Tal- Secretário da Cultura do Rio de Janeiro

Beltrano de Tal- Organizador do Festival........

Alain Resnais está há mais de três anos em cartaz em São Paulo com “Medos Privados em Lugares Públicos”. Como é que o circuitinho (e aqui inclua-se parte do Arteplex) de arte brasileiro esqueceu este grande cineasta por algum tempo não exibindo comercialmente “A Vida é Um Romance”, “Melo” e “O Amor à Morte”, os quais só assisti em festivais?

Será que a carreira de Theo Angelopoulos já acabou? E a Trilogia “O Vale dos Lamentos”? Por que tão poucos filmes dele foram exibidos comercialmente no Brasil?

Quando teremos em exibição comercial o trabalho extraordinário do cineasta filipino Brillante Mendoza: os fantásticos “Serbis”,”Kinatay”, “Lola”?

Tem gente que tem orgasmo só de ouvir falar em Naomi Kawase. Dela vi “Floresta dos Lamentos” na roda-viva do Festival, um filme que pede grande concentração e uma disposição quase que Zen do espectador para ser melhor fruído. Quando teremos a graça de ver filmes dela exibidos comercialmente?

Por que o cinema argentino que passou a ter pelo menos alguns títulos exibidos aqui, de repente desapareceu, com a exceção de “O Segredo dos Seus Olhos”, que pelo jeito só aportou aqui por ter ganho o Oscar de filme estrangeiro? Por que nem um filme sucesso de bilheteria na Argentina como “Iluminados pelo Fogo” chega aqui?

Quando teremos um filme do português Pedro Costa exibido no circuito? Será que o esforço para descobrir Manuel de Oliveira já cansou os distribuidores&exibidores?

Quando daremos continuidade a algumas poucas obras de Tsai-Ming Liang exibidas no Brasil, recuperando o atraso com obras mais antigas ou exibindo a obra-prima “Eu Não Quero Dormir Sozinho” e o mais recente “Visage” (este a Bravo! anunciou como uma das estreias do mês e até agora nada; me dizem que estão esperando passar o filme no festival)? É. Até isto existe: filmes que o Grupo Estação segura para exibir só depois de badalado no Festival...)

Quando a obra de Jia Zhang Ke vai ser exibida no circuito de uma forma mais completa? Acho que também as pedrinhas portuguesas mencionadas sabem que ele tem mais filmes do que os exibidos “Em Busca da Vida” e “´Inútil” e que é considerado um dos melhores cineastas contemporâneos. Há quem diga que é o melhor. Mas aí é exagero...

Por que ignorar filmes dos grandes Paolo e Vittorio Taviani ( decretando uma falsa aposentadoria deles), como o imperdível “A Casa das Cotovias” que privilegiei no Festival no Odeon Br para minha sorte, pois a maioria dos amigos estava sofrendo no mesmo momento com uma exibição péssima de “Um Conto de Natal” de Arnaud Desplechin no Botafogo 1, segundo relato de um crítico que abandonou a sessão, um filme que ao contrário do dos Taviani acabou estreando, quando o vi com todo o cuidado e paz que o filme merece.

Por que um dos mais elogiados filmes romenos nunca foi exibido comercialmente que é “A Morte do Senhor Lazaresco”?

Por que "Hamaca Paraguaya" de Paz Encina (Paraguai/França/Argentina/Holanda, 2006), uma unanimidade crítica e de cinefilia em termos de grande qualidade pelo que tenho lido e observado, não tem nem sinal de ser exibido? Será que um país como o Paraguai não merece ter aos nossos olhos um outro olhar em termos de cinema, ou melhor algum olhar, pois o que temos é inexistente?

Etc,,,,,,,etc,,,,,,,,etc,,,,,,,,,,

Mais grandes lacunas culturais ainda ficam ao sabor dos cinéfilos, críticos e suas particulares frustrações.

5- O Odeon-Br, um cinema de rua, de resistência do que agora não pode ser chamado mais de Cinelândia, se transformou hoje, a grosso modo, com exceções, no que o Palácio era na Rua do Passeio antes de ser fechado para virar anexo de hotel: um escoadouro de filmes mais comerciais. Já sei: antes assim do que fechar... Mas que é uma pena é. Atualmente ali é um dos quinhentos cinemas brasileiros que exibe “Nosso Lar”.

Ali houve uma iniciativa das melhores que se tomou no circuito de exibição do Rio de Janeiro: criou-se um cinema de repertório no Centro da cidade, com revisão de grandes filmes (como “A Lira do Delírio”, por exemplo), com pequenas mostras ou às vezes nem tão pequenas assim, como as dedicadas a Eric Rohmer, Agnès Varda, Fassbinder, Sérgio Bianchi, etc. Por que pararam com a iniciativa? Falta de público? Acredito que não. O que faltou foi um Ovo de Colombo: criar um passe cujo preço deveria ter sido bem estudado e que valesse por um mês para todas as sessões.

Quando estive em Paris, conferindo a capital mundial da cinefilia, uma das grandes iniciativas que observei foram os passes que podiam ser mensais, anuais, até mesmo em cinemas de blockbusters. Uma iniciativa que não se ouve falar/discutir no Brasil. Mas também como pensar nisto em termos de cultura se o Metrô do Rio não faz descontos? Se comprarmos cinquenta passagens com o cartão pagaremos o preço de uma unidade vezes cinquenta! Se com transporte que é vital isto acontece, imaginar isto com cultura soa bastante quixotesco.

Havia ainda o CineClube na quarta à noite mediado pelo pessoal do site Contracampo que era ótimo para formação de público, oportunidade rara de ver/ rever grandes filmes com debates depois. Houve algum estremecimento nesta relação? Por que as coisas não foram resolvidas com diplomacia em nome de uma causa maior que é o amor ao cinema? Enquanto isto a revista Cinética realiza debates após a exibição de dois filmes, aonde? Na acanhada sala do Instituto Moreira Salles na Gávea, num lugar bem longe para o público acostumado a frequentar o Odeon Br.

Mas por que me lembrei mesmo do Odeon Br agora? Porque ali, durante o ano, não na época do festival, é o lugar ideal para as Mostras Paralelas do Festival Internacional como as que foram feitas de filmes de ficção científica, musicais, Sérgio Leone, Visconti, etc., que dão água na boca, mas que não podemos assistir porque temos de correr atrás daquele filme que ganhou o prêmio tal no festival tal e que talvez não seja exibido jamais no Brasil (mesmo com legendas em português...). É o caso do muito bom “Il Divo”(Itália/2008) de Paolo Sorrentino, prêmio do júri em Cannes, exibido em uma só sessão no Festival e que só consegui ver meses depois num festival de cinema italiano. Depois disso não há mais sinais do filme no Brasil.

Claro que algumas mostras dedicadas a temas ou autores devem fazer parte do cardápio do Festival, mas com certa parcimônia. O grande foco deve ser mesmo os filmes inéditos. Para retrospectivas ou panorama de raridades, exibições durante o ano são muito mais proveitosas, agradáveis e engrandecedoras de nosso capital cultural cinematográfico.

5-Quanto à questão “Um grande prazer ou um mal-estar necessário?”, digamos que talvez seja as duas coisas se alternando de uma forma alucinante, quando não redunda em total desprazer ao estarmos assistindo um péssimo filme quando estão rolando mais cinquenta concomitantemente que poderíamos ter escolhido...Aliás há quem diga, não sem razão, que quando vemos um filme muito ruim, o próximo mesmo que seja só razoável achamos ótimo. Já quando vemos um filme ótimo, o próximo mesmo sendo bom, acabamos achando ruim. Quanta maldade se esconde nos corações dos cinéfilos...

As pessoas costumam me perguntar: “Mas por que você não vai também à Mostra de São Paulo?” A resposta é simples: depois de um Festival Internacional de Cinema no Rio de Janeiro, a última coisa que quero na vida é estar em outro Festival de Cinema! Isto eu deixo para os meus amigos “drogaditos”...

Ps1-. Pobre Abel Ferrara. Estava morrendo de cansaço num Festival do Rio de anos atrás quando na última sessão do Festival no Espaço de Cinema 1, assisti a “Go Go Tales”, do qual tenho uma má lembrança. Mas a rigor não posso dizer que realmente não gostei. Do que com certeza não gostei foi de ter insistido em ficar. Este ano não caio no canto das sereias cinéfilas que me empurrarem para mais uma saideira....

Ps2-Justiça seja feita: aqui no Rio de vez em quando fazemos reuniões em que as boas coisas da vida reluzem sem ser necessariamente cinema. Alías, um cinéfilo contumaz histórico, abraçado ao seu novo amor, programando praia para o dia seguinte, há pouco tempo, disse que a vida é muito mais importante que o cinema! Nossa! Quase caí pra trás...

Ps3 E por falar em Cinelândia, se eu fosse Presidente da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro, tinha uma conversa séria com o Prefeito e comprava o Pathé de volta para o público de cinema carioca, exibindo ali só filmes latino-americanos, incluindo claro o cinema brasileiro. Um cinema assim, com este repertório, existe em Paris, no Marais, lá longe na Europa, porque não pode haver aqui perto? Assim em vez de sessões de exorcismo da Igreja Universal do Reino de Deus, voltaríamos a ter sessões de cinema....

Criei coragem outro dia, entrei lá dentro e conferi: o maravilhoso lustre ainda está inteiro! Vamos aproveitar enquanto é tempo! A compra do Pathé não deve custar nem um milésimo do que se gastou com a Cidade da Música na Barra.

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Nelson Rodrigues de Souza

Um comentário:

  1. Nelson
    Estou adorando sua fase literária fecunda.
    Como sempre lhe disse, não é justo para os seus leitores que fiquem sem sua criatividade.
    Beijos
    Thereza

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